sexta-feira, 19 de setembro de 2008

PNAD 2007: redução na taxa de analfabetismo e aumento no número médio de anos de estudo da população

Um número maior de crianças brasileiras de 4 e 5 anos passou a freqüentar a escola em 2007 e o número médio de anos de estudo do brasileiro aumentou. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - Pnad 2007 divulgada nesta quinta-feira, 18 de setembro. A pesquisa revela também que a taxa de analfabetismo no Brasil caiu, mas destaca que ainda há 14 milhões de analfabetos no País. Realizada anualmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, a Pnad apresenta informações sobre a população brasileira em sete quesitos: dados gerais da população, migração, educação, trabalho, família, domicílios e rendimento. Na edição 2007, no que se refere à Educação, a pesquisa mostra que cresceu o número de anos de estudo dos brasileiros. Em 2006, a média de anos cursados entre a população com 10 anos ou mais estava em 6,3 e em 2007 passou para 6,9. A pesquisa mostra, também, uma diminuição na taxa de analfabetismo no Brasil. Entre os brasileiros com 15 anos ou mais, o percentual de analfabetos passou de 10,4% para 10,0% de 2006 para 2007. A redução aconteceu em todas as regiões do País, mas vale ressaltar que ainda há 14 milhões de brasileiros analfabetos nessa faixa etária espalhados pelo Brasil. Os dados mostram que o Nordeste registra o pior índice, 19,9%, seguido pelo Norte, com 10,8%, Centro-Oeste, com 8,1%, Sudeste, 5,7%, e Sul, 5,4%. Outro dado interessante da Pnad 2007 diz respeito à freqüência escolar dos brasileiros, que apresentou um aumento considerável no que se refere a crianças de 4 e 5 anos, ficou estável na faixa de 7 a 14 anos e apresentou uma pequena queda para os jovens de 15 a 17 anos. O acesso de crianças de 4 a 5 anos à escola, de 2006 para 2007, aumentou de 67,6% para 70,1%, o que significa 4,2 milhões de crianças dessa faixa freqüentando as salas de aula. A região com o maior percentual de alunos dessa faixa etária na escola é o Nordeste, que chega a 76,8%, seguido pelo Sudeste, com 75,2%. Nas regiões Norte, Sul e Centro-Oeste, o percentual não chega a 60%. Para a faixa de 7 a 14 anos, os resultados permaneceram estáveis em comparação a 2006, com 97,6% das crianças e jovens. Entre as regiões brasileiras, Sudeste, Sul e Centro-Oeste alcançaram percentuais próximos aos 98%, enquanto o Nordeste ficou em 97,1% e o Norte, em 96,2%. O destaque com relação à freqüência escolar ficou com Santa Catarina, que alcançou a marca de 99%. Na lanterna estão os estados do Acre (91,3%), Pará e Alagoas (96,2%). Para os jovens de 15 a 17 anos, a situação foi um pouco diferente. Os dados da Pnad 2007 mostram que houve uma pequena queda no percentual de alunos dessa faixa etária na escola, passando de 82,2%, em 2006, para 82,1% em 2007. A queda se dá nas regiões Sudeste, que passa de 85,2% para 84,3%, e Centro-Oeste, que cai de 83,0% para 81,7%. A região Sul permaneceu estável em 80,7%, enquanto Norte e Nordeste apresentaram aumentos de 79,1% para 80,1% e de 79,6% para 80,8%, respectivamente. Cai percentual de crianças e jovens de 5 a 17 anos que trabalham Além dos dados voltados diretamente para a Educação, há informações na Pnad que impactam nos resultados da área. Uma dessas informações é a redução no percentual de crianças e jovens de 5 a 17 anos que trabalham. Em 2006, 11,5% das pessoas nessa faixa etária trabalhavam e, em 2007, o percentual caiu para 10,8%. A redução é positiva, mas ainda há 4,8 milhões de brasileiros entre 5 e 17 anos trabalhando. O IBGE divulgou um perfil dessas crianças e jovens que trabalham mostrando que são, em sua maioria, homens (65,7%), são pessoas de cor predominantemente negra ou parda (59,9%) e que residem em domicílios sem renda, ou com renda inferior a um salário mínimo (71,7%). Para a faixa etária de 5 a 13 anos, em que é proibido por lei que as crianças trabalhem, o IBGE registrou 1,2 milhão trabalhando, sendo que 60% deles estão na área agrícola. A redução do trabalho infantil, segundo o IBGE, tem reflexo na escolarização dos alunos. De 2006 para 2007 a taxa de escolarização dos brasileiros de 5 a 17 anos subiu de 93,5% para 94,0%, mas entre as crianças dessa faixa etária que trabalham, o percentual caiu de 81,0% para 80,0%. (IBGE)

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