domingo, 28 de setembro de 2008

Paulo Nassar: além das habilidades técnicas, os saberes relacionais, intelectuais e políticos

Em política retórica e truculência não são novidades. Ao longo da história e em todos os lugares, são muitos os mestres consagrados. O século XX está repleto de personagens que usam palavras e gestos para legitimar administrações e intenções. Retórica e ação política, como siamesas, andam sempre juntas. E essas dimensões da política são novidade para os comunicadores empresariais brasileiros, as quais entraram para valer em suas agendas diárias. No contexto politizado em que vivemos, tudo eleva à enésima potência os aspectos éticos e estéticos da comunicação empresarial, a partir de filtros econômicos, étnicos, ideológicos e concorrenciais. Por isso, o comunicador de empresas deve, obrigatoriamente, ter em sua caixa de habilidades, além das técnicas, os saberes relacionais, intelectuais e políticos. Empresas como Gerdau; Natura; Petrobras; Vale; Votorantim podem, potencialmente e sem aviso prévio, ter de enfrentar, além do espaço no mercado, a retórica e a ação raivosa de personagens que as usam politicamente, para objetivos não identificados, em um primeiro momento, pelo senso comum. Um exemplo recente é um fato que ocorre às vésperas de uma eleição no Equador e envolve a Odebrecht, executora da Usina Hidroelétrica de São Francisco, responsável pela geração de doze por cento da energia elétrica do país. O presidente do Equador, Rafael Correa, utiliza em seu arsenal retórico, para justificar sua ação contra a empresa brasileira, expressões como “emergência nacional”, “mobilização nacional, econômica e militar das Forças Armadas”, “confisco de todos os bens, móveis e imóveis” e a “suspensão dos direitos constitucionais de representantes da empresa”. Uma retórica do persona non grata, que mascara os verdadeiros objetivos. No caso do Equador, a criação de um fato político, gerador de votos para o ideário de Correa, que colhe força no senso comum que acredita em atletas das palavras, geralmente desmistificados nos capítulos finais da novela. Em breve, veremos como ele amaciará a investida na Usina de São Francisco, antes de provocar mais estrago na imagem internacional de seu país e da América de nuestros hermanos. Para o comunicador empresarial fica a tarefa, ao final da história, remover os estilhaços das bombas de palavras da imagem e reputação das empresas em que trabalham. Acesse o site www.aberje.com.br e leia o artigo completo.

Nenhum comentário: