Os Centros de Voluntariado no Brasil foram se organizando a partir da década de 1990, estimulados pelo Programa Voluntários, uma iniciativa do Programa Comunidade Solidária, na primeira gestão de Fernando Henrique Cardoso.
Lançado em 1997, o Programa Voluntários veio na esteira de outros movimentos sociais, como o impeachment do presidente Collor, a luta pela reestruturação do Ministério da Ação Social e a extinção da Legião Brasileira de Assistência - LBA (estruturas oficiais envolvidas em desvio de dinheiro e escândalos) e pela Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, movimento liderado pelo sociólogo Hebert de Souza, o Betinho.
A movimentação social da década de 1990 mostrava que os cidadãos e cidadãs desejavam se envolver com as mudanças sociais, não mais esperar que elas acontecessem. Desejavam, além de doar seu dinheiro, desejavam aplicar seu tempo em causas e instituições que conhecesses e desejavam que esta atuação promovesse a transformação social.
Com a intensa mobilização social, o governo reconheceu que a sociedade é uma parceira indispensável para a resolução dos problemas sociais. Assim, em 1996, criou o “Programa Voluntários” com a intenção de promover, qualificar e valorizar o trabalho voluntário no Brasil. Este programa incentivou a criação de Centros de Voluntariado pelo país, realizando 10 seminários em todo o Brasil. “Tinha como desafio e missão discutir a questão social sob novos ângulos. Por exemplo, como responsabilidade de governos e também de todos os segmentos da sociedade e de todas as pessoas, desde o cidadão comum até o empresário”, explica Francisco Lins, então jornalista responsável pelo Programa Voluntários.
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