quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Educação: Ocupação da escola Amadeu Amaral pela PM durou 10 minutos

A Folha conversou com 35 alunos presentes durante os episódios de violência de ontem, incluindo as duas garotas envolvidas na briga. Todos foram unânimes quanto ao uso de cassetetes pela PM. Fundada em 1909 no largo do Belém, bem em frente à igreja, a escola ocupa um prédio amplo, tombado pelo patrimônio histórico, mas que hoje é usado por apenas 277 alunos, atendidos por 63 professores. É uma das 500 escolas em que a Secretaria de Estado da Educação implantou o regime de turno integral. Alunos entram às 7h e saem às 16h. "Isso aqui é um fracasso como escola", diz Neide Catarina Nascimento, 46, cozinheira e mãe de um aluno de 16 anos da 7ª série que "nunca passa de ano mesmo". "Todo mundo tenta transferir os filhos para outra escola, já que nesta ninguém aprende nada." Pouco depois, o aluno W., de 14 anos, conta como foi expulso da escola, há três semanas. "Eu joguei uma cadeira na coordenadora e já bati em vários professores", diz. Como a dicção do menino é precária, pede-se que ele escreva o seu nome em um papel. Ele não consegue. "Só sei copiar", diz. "Mas sou uma máquina copiadora." A sala da menina T., citada no início deste texto, começou o ano com 37 alunos -hoje só tem oito. Na classe de A., 14 anos, 8ª série, a lista de presença cita 24 alunos. Doze ainda vão. Na classe de J. e U., as brigonas da 7ª série, 24 se matricularam. Hoje, oito assistem às aulas. Segundo a Secretaria da Educação, a evasão total neste ano foi de apenas 19 alunos. (Folha de S. Paulo)

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