sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Investir em educação não garante reeleição

Os eleitores não reconheceram nas urnas a boa atuação dos prefeitos na maioria dos 37 municípios considerados exemplares em Educação no Brasil, segundo pesquisa feita pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Ministério da Educação e União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). Em 21 dessas cidades, o eleito foi o candidato que representava a oposição. A pesquisa "Redes de Aprendizagem - Boas Práticas de Municípios que Garantem o Direito de Aprender" foi feita no ano passado e destacou cidades no País onde a rede municipal de ensino público funcionava bem. Mas, nesse universo de 37 cidades, 21 não reconduziram os prefeitos ou seus candidatos para um novo mandato. Para selecionar o grupo de cidades, a pesquisa criou um Indicador de Efeito de Redes Municipais (IERM-Ideb). Para chegar a ele, foi feita uma combinação de informações sobre o desempenho dos alunos do ensino fundamental em exames de 2005, como a Prova Brasil, que compõe o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Redes de ensino municipal que tiveram nota igual ou maior que 4 foram selecionadas. A partir daí, o IERM levou em conta uma avaliação do perfil socioeconômico dos alunos, das famílias e dos municípios. O pior desempenho eleitoral dos melhores em Educação aconteceu no Centro-Oeste, onde havia oito dos municípios incluídos no estudo (cinco em Goiás e três em Mato Grosso). Em nenhum deles, o prefeito teve êxito na sucessão. A situação inverte-se nas regiões Norte e Nordeste: a continuidade acabou sendo garantida à maioria dos gestores que investiram esforços em Educação. No Nordeste, esse cenário envolveu capitais e cidades de menor porte. Lá foram reeleitos os prefeitos de Teresina (PI), Sobral (CE), Mortugaba (BA) e Presidente Dutra (BA). A exceção regional foi Alto Alegre do Pindaré (MA), onde a oposição venceu. (Estado de São Paulo)

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