terça-feira, 2 de setembro de 2008

EDUCAÇÃO: “O Brasil que queremos ser”.

"A educação no Brasil está aquém das nossas necessidades e expectativas em praticamente todas as camadas sociais. O problema já começa com a má formação dos professores no ensino fundamental e piora conforme avançamos pelo médio e superior. É claro que nas comunidades mais necessitadas a situação é mais grave. Na outra ponta, entre os mais abastados, como atriz, sinto uma dificuldade cada vez maior de encontrar um público informado e interessado em cultura. O entretenimento tomou o lugar da reflexão e isso, em parte, também é conseqüência de uma herança educacional preguiçosa. Não há um incentivo à leitura, à pesquisa, os cursos superiores são técnicos. O incentivo à leitura desde a infância é algo difícil de conquistar e do qual não deveríamos abrir mão. A leitura também promove o cruzamento entre as áreas, entre ciência e arte, medicina e filosofia, o que seria, para mim, um sistema educacional ideal. Quando falo em investir na educação, não me refiro apenas ao dinheiro. Pesquisas recentes chamam atenção ao fato de que as escolas mais ricas não são, necessariamente, as que têm um melhor desempenho. Investir em educação é cuidar da qualidade dos professores, do número de alunos em sala de aula, é investir no sentido de cuidar, de estar atento, o que muitas vezes, dá muito trabalho; mas sem essa atenção será praticamente impossível para o Brasil ocupar um lugar relevante no mundo, à altura do que sonhamos para nós mesmos." Fernanda Torres é atriz. VEJA 40 anos. “O Brasil que queremos ser”

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