sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Lembranças de Waldick Soriano

Ele fez muito sucesso nos anos 70. Era um fenômeno popular. Suas canções tocavam nas rádios de todo o Brasil e sua música "cafona" estava no subconsciente dos que sofriam por amor que cantavam suas músicas, mesmo que fosse em tom de brincadeira. Lembro dessa época, em que a gente repetia os versos de "eu não sou cachorro, não" - música preferida de Margarida Vieira Santiago, nossa "governanta-querida". Ela sofria por amor e com paixão a saudade que Assunção havia lhe deixado. Antes dele Santiago, pai de Vera. Bastava que o trem apitasse nos trilhos da ponte Presidente Dutra, ao cair da tarde, para que Gaida suspirasse de amor e cantasse os versos para o seu querido num lamento de saudade. No fundo, a gente não sabia se ele era de verdade ou era um amor ideal... Enfim, no meu subconsciente Assunção parecia com Waldick Soriano. Boêmio, mulherengo, aventureiro, e beberrão, era a figura de um caubói do cinema, usando óculos escuros, terno e chapéu pretos. Sua música transmitia um misto de dor-de-cotovelo e medo da solidão, e estão guardadas nas memórias da minha infância, em Petrolina.
Waldick Soriano, que era baiano, trabalhou como peão, engraxate e garimpeiro antes de tentar a vida artística. "Saí de minha terra num caminhão de rapadura. Tinha meu sonho, mas não sabia onde ia parar." Prometeu voltar só se "vencesse na vida”. Ninguém É de Ninguém, Quem És Tu? Paixão de Um Homem, A Carta, Tortura de Amor, A Dama de Vermelho e Eu Não Sou Cachorro Não. Waldick era um ídolo romântico movido pela paixão. (Estado de São Paulo)

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