sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Olha o "clima" na America Latina

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou ontem a primeira retaliação de seu governo contra um país sul-americano beneficiado pela política externa da solidariedade diplomática. O alvo foi o Equador, de Rafael Correa, que anteontem elevou o tom de ameaça de expulsão da Petrobrás e reiterou a decisão de não permitir mais as operações da Construtora Norberto Odebrecht no país. Ciente da carência de investimentos no setor de infra-estrutura do Equador, Lula suspendeu a viagem de uma missão a Quito do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, marcada para quarta-feira, que trataria do apoio financeiro do Brasil a investimentos para a construção de rodovias. Fez questão também de divulgar a decisão em nota oficial do Itamaraty. Entre as obras afetadas estão as das rodovias do complexo Manta-Manaus, que ligarão o porto equatoriano de Manta, no Pacífico, ao pólo industrial de Manaus, no Brasil. Por vias diplomáticas, o Planalto também advertiu Correa que, se a Petrobrás for expulsa, o Equador terá obrigatoriamente de ressarcir os investimentos da companhia no país - cerca de US$ 430 milhões, desde 1997. "A Petrobrás nunca precisou investir no Equador. Se o Equador não quer a Petrobrás lá, a companhia vem embora. Mas o Equador terá de pagar um ressarcimento", afirmou um ministro próximo de Lula. Segundo relatou a fonte ao Estado, o presidente mostrou-se ontem "desapontado" e "decepcionado" com Correa, que prometera uma solução tranqüila para o impasse com as duas companhias durante o encontro privado que ambos mantiveram dia 30, em Manaus. (O Estado de São Paulo)
PS.: Ilustração do blog Miran

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