quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Dave Eggers, o Bono da literatura diz: "O engajamento me energiza"

Dave Eggers, de 38 anos, é o maior agitador literário dos Estados Unidos. Não, ele não organiza abaixo-assinados para reivindicar que o governo financie o ócio criativo, como é de praxe no Brasil. Seu trabalho ocorre em duas frentes. Ele comanda a "grife cultural" McSweeney’s, que nasceu aplicada a uma revista e hoje engloba vários empreendimentos, como uma editora e um site de humor que vai do nonsense à sátira política. Eggers, além disso, é um filantropo. Um de seus colegas, o romancista Jeffrey Eugenides, já o chamou, sem ironia, de "o Bono da literatura". Tal como o vocalista do U2, ele tem vocação para se transformar em ONG. Filho de professores, dá atenção sobretudo a projetos voltados para a educação. Dirige um circuito de oficinas literárias para alunos de escolas públicas americanas – o 826 Valencia, que começou em São Francisco, em 2002, e já tem filiais em Nova York, Chicago e Los Angeles, entre outras cidades. Mais recentemente, organizou a Fundação Valentino Achak Deng, dedicada a educar crianças do Sudão, país africano devastado por décadas de guerra civil. E será que Eggers escreve em algum momento? Sim, escreve. Seu livro mais recente, O que É o quê (tradução de Fernanda Abreu; Companhia das Letras; 584 páginas; 62 reais), é a biografia romanceada de Valentino Deng, uma das centenas de milhares de pessoas atingidas pelos conflitos sudaneses, que sobreviveu, emigrou para os Estados Unidos – e emprestou seu nome à fundação de Eggers. (VEJA)

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