sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Caminhos diferentes colocam Bradesco e Itaú na dianteira de um movimento que envolve cada vez mais empresas brasileiras – o investimento em Educação

A história recente comprova que as empresas se preocupam cada vez mais com a educação formal no Brasil. Prova disso é que os 112 associados do Gife (Grupo de Instituições, Fundações e Empresas) - uma associação latino-americana de entidades que realiza investimentos comunitários - aplicaram R$ 400 milhões em programas educacionais no Brasil, em 2007. À primeira vista, o montante pode até parecer irrelevante perto do orçamento de R$ 41,5 bilhões do Ministério da Educação (MEC) para 2009. Mas o esforço se justifica: só a Fundação Bradesco, por exemplo, mantém 40 escolas espalhadas pelo país destinadas a abrigar jovens de baixa renda. O sistema beneficia 110 mil crianças e adolescentes de todo o Brasil. Iniciativas como essa começam a proliferar. Para Fernando Nogueira, gerente de projetos do Gife, as contribuições são importantes em função da necessidade do país. "A falta de qualidade no ensino é uma barreira para o desenvolvimento econômico", justifica. No exemplo do Bradesco, o dirigente destaca a qualidade do aprendizado nas escolas mantidas pela fundação, mas admite que as experiências precisam incorporar novidades ao sistema público para se tornarem relevantes. Outra alternativa das empresas é investir em projetos ou metodologias dirigidas ao setor público. Modelo que a Fundação Itaú Social adota desde 2000, quando começou a desenvolver modelos para qualificar a educação pública no país. "Testamos, sistematizamos e colocamos nossas idéias à disposição dos governos", conta Ana Beatriz Patrício, diretora da Itaú Social. As propostas que a fundação desenvolve e apóia têm como foco a educação integral, a leitura e a escrita e a ampliação das oportunidades de inserção social. A organização investiu R$ 50 milhões em 2008 para o desenvolvimento dos programas. Além dos projetos, também são determinadas avaliações de processo e de impacto e estabelecidas metas de desempenho. Gustavo Ioschpe, economista e especialista em educação, aponta essa estrutura como um ganho para o setor público. "A iniciativa privada contribui com a sua cultura de cobrança por resultados, o que impacta o aprendizado", afirma. Uma das propostas da Fundação Itaú é o programa Olimpíada da Língua Portuguesa - Escrevendo o Futuro, desenvolvido em conjunto com o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). Adotado pelo governo federal para os ensinos fundamental e médio, já chegou a 5.445 cidades - número que corresponde a 98% dos municípios do Brasil. O programa foi adotado, segundo justificativa do MEC, porque inclui também capacitação de professores, em vez de focar exclusivamente o aluno. (Revista Amanhã)

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