sábado, 22 de novembro de 2008

EDUCAÇÃO: Diferença de oportunidades

Indicadores do Enem reforçam a disparidade entre o ensino público e o privado. O desnível a favor dos alunos de escolas particulares chega a 16,51 pontos.
Especialistas indicam caminhos para reduzir o fosso. O baixo desempenho dos inscritos do Distrito Federal no Exame Nacional de ensino médio (Enem) é ainda mais grave quando analisados os dados de alunos que estudam em Escolas públicas e particulares. A diferença no desempenho da prova objetiva desses estudantes, segundo os dados divulgados ontem, é de 16,51 pontos, ou 40%. Enquanto os que estudam nos colégios públicos tiraram 41,11 de média, os matriculados nas instituições privadas alcançaram 61,9 pontos. De acordo com especialistas, a culpa não é dos alunos. O problema é a estrutura disponível aos que têm melhor poder aquisitivo. O professor Vital Didonet, da Organização Mundial para a Educação, explica que o aprendizado resulta das condições criadas para que os cidadãos enfrentem o desafio do conhecimento. “Se a Escola privada exige mais formação dos professores, cobra mais leitura dos alunos, paga melhor os professores, o ensino tende a ser mais eficiente”, afirma. De acordo com ele, a equação não é linear. “Depende da oferta de condições.” Apesar disso, Didonet arrisca um palpite para a diferença nas notas. “Todo início de ano as notícias são as mesmas. Falta professor de química, de física ou de matemática na rede pública”, explica. “Quando não tem aula, os alunos ficam frustrados. E isso ocorre logo no início do ano.” (Correio Braziliense - DF)

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