domingo, 8 de junho de 2008

As lembranças vão levando a gente...

Meus pais: José Coelho e Livia Cléa Viana Coelho
Ontem, encontramos nossa amiga Janete Freitas que ciceroneava um casal de amigos – Pepe Esteve e Bea, que é mãe da Maya Haegler que é nossa amiga, de Karina Muricy e Luis Salles. Já recebemos Maya algumas vezes, no verão em Salvador. Sua família é da Bahia e ela cultiva essas raízes. A casa que fica junto da Igreja de Santo Antônio, há muitos anos foi da sua família – os suíços Kechller. Hoje é de Iêda e Gilberto Sá, e é o cartão postal mais bonito da Baía de Todos os Santos. Pois bem, o Pepe Esteve e Bia estão voltando do município de Luis Eduardo, antigo Mimoso do Oeste. Eles trouxeram 50 investidores de bancos estrangeiros para conhecer a região e seu potencial. Ficaram impressionados com essa nova fronteira agrícola da Bahia e disseram que é indescritível o que se vê por lá. Imagine que a maioria dos agricultores que estão fazendo a vida por lá, são gaúchos. Eles nos contaram que o curioso é que entre as músicas e danças típicas apresentadas na programação cultural para os convidados, o folclore gaúcho já se fez presente. A cidade ganhou uma nova praça, em homenagem à mãe de Pepe, Dona Amparo Esteve. Ah, meu Pai com certeza teria amado essa conversa sobre o mercado de algodão e eu só pude acompanhar e trocar algumas impressões por conta dos relatos de Zé Coelho (meu Pai). A certa altura o Sr. Pepe disse: “me deixa tirar uma foto de vocês, porque não quero esquecer.” Ele conhece Petrolina e Guanambi e conheceu meus primos e primas que trabalharam no negócio.
Das informações que trocamos, muita coisa eu sabia por que prestava atenção às coisas que Papai falava. Por muitos anos, a gente também acompanhava o mercado de algodão, via “telex”. Ele gostava de fazer as contas do frete da mercadoria antes do almoço, enquanto servia uma lata de sardinha portuguesa com pão fresquinho que trazia pra casa. Quando Mamãe se sentava à mesa ele dizia: “Cléa, meu bem, leia o telex”. E aí, ele pegava um papelzinho que tinha sempre no bolso da camisa branca (ele trabalhava de paletó e gravata, usava terno branco de tecido SS 120) e fazia os cálculos do FRETE... Frete ferroviário! Nessa época, o escoamento da produção do Vale do São Francisco, entre Petrolina e Juazeiro, era feito pelos vagões da Leste Brasileiro. Durante muitos anos minha família comercializou o algodão. Inicialmente os fardos de algodão eram beneficiados e pesados para venda. Depois passou a fabricar óleo do caroço de algodão – o famoso Óleo Caiano, de grande valor nutricional para nossa alimentação. Finalmente o grupo industrial construiu 2 fábricas que produziam fio de algodão e tecido de pano de vela – uma em Petrolina e a outra no KM 7 da Transamazônica. Esta, foi um grande desafio! Viajamos muito com nosso Pai, de carro e de avião, por todo o Brasil. Ele ia a trabalho e nos levava nas férias escolares para conhecer o Vale do Itajaí - Blumenau e Joinvile, Porto Alegre, Novo Hamburgo, Curitiba, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, etc. Ele adorava viajar levando a gente e tinha o maior orgulho de nos apresentar aos amigos, clientes e fornecedores. Papai era um homem muito alegre e todo esse convívio era recheado de ensinamento e música. Assim fomos educados, para a vida e pelo trabalho.

Um comentário:

Carolina Scott Prada disse...

Inês , olha eu aqui de novo. Vc sabe que eu casei, não é?? Pois bem , a família do meu marido, os pais dele, são grandes amigos do Pepe. Foi por causa delel que meu marido foi morar na espanha , e etc... Minha cunhada esta construindo em Trancoso, e o Pepe que viu toda papelada . Que mundo pequeno. nunca podia imaginar a grande amizade de vcs...
bjs
Carola