quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Petróleo e qualidade da educação

Experiências demonstram que países superaram seu atraso econômico, social, cultural e tecnológico ao investir pesadamente em Educação. No Brasil, sempre enfrentamos a invariável alegação de não haver recursos para suprir as necessidades educacionais. Pois bem, agora teremos. Setores acostumados a serem beneficiados com a exploração de nossas riquezas movimentam-se para usufruir também destes novos dividendos. Ao mesmo tempo, criticam o volume de investimentos, em torno de R$ 2 trilhões até 2017, necessários para a exploração. Esquecem, providencialmente, que as reservas descobertas têm potencial comercial estimado de até R$ 100 trilhões. O povo brasileiro merece que se façam investimentos desta ordem. O fundamental é que as receitas resultantes sejam revertidas para o setor que fará com que o Brasil dê o salto definitivo para o futuro: a Educação. Investir na Educação básica significa investir na formação dos futuros cientistas brasileiros, que poderão levar o País a novas conquistas tecnológicas para a exploração mais racional e sustentável de nossas riquezas naturais. O desenvolvimento econômico, desta forma, propicia uma cadeia que resulta em mais desenvolvimento social, cultural e tecnológico. O Brasil precisa, urgentemente, garantir as condições necessárias para assegurar a universalização da Educação básica e condições estruturais adequadas nas Escolas; instituir Educação em tempo integral; eliminar o analfabetismo; e qualificar a juventude para um mercado de trabalho competitivo e tecnológico. Para assegurar qualidade do ensino precisamos garantir planos de carreira nos Estados e municípios; meios para que os docentes se dediquem a uma só Escola; programas de formação e atualização profissional em serviço; finalmente, entre tantas necessidades, precisamos assegurar salário adequado aos profissionais. Os mesmos setores que criticam os planos para a exploração das reservas do pré-sal, e que querem impedir o uso dos recursos na Educação e nas demais áreas sociais, também se mobilizam para tentar inviabilizar o Piso Salarial Profissional Nacional, conquista histórica dos professores. Cabe a nós, comprometidos com uma Educação pública de qualidade, não permitir que vençam. (Jornal da Tarde-SP)

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