"Senhores, o artigo do juiz De Sanctis, publicado no O Estado de S. Paulo, de 17 de julho, é, sem mais qualquer ironia, um dos textos mais importantes dos últimos tempos e merece funda meditação; não pelo que diz e sim pelo que não diz, mas escancara (clique aqui). O editorial do matutino de 20 de julho aponta com muita razão o sestro autoritário do magistrado e o que chama de seu 'laivo de megalomania'. Analistas menos caridosos diriam 'traços de paranóia saltitante', mas ainda tão ou mais importante são as evidências da instrução deficiente do autor, exibidas naquele confrangedor ensaio. Com efeito, quem tem tal dificuldade com a sintaxe e com a linguagem na exposição de idéias, certamente também tem dificuldade de compreensão na leitura e no entendimento de proposições. Além de revelar a incultura e a personalidade delirante de seu autor, o artigo é pois um mudo mas eloqüente libelo à baixa qualidade de nosso ensino médio e de muitas faculdades de Direito, para não dizer que tacitamente reprova o processo de seleção de juízes federais. Por fim, o que dizer dos gritos de solidariedade que mereceu o plangente articulista de centenas de delegados e juízes ? Bem, se foram simples manifestações de um mal colocado e ilegal espírito de corporação, são muito graves. Se, além disto, significaram um endosso ao teor das peças acusatórias do delegado Protógenes e das decisões do senhor de Sanctis, constituem uma associação na ignorância e gravíssima ameaça ao Estado de Direito e ao Império da Lei. Em tudo e por tudo, esse episódio é o triste retrato da decadência cultural e moral do Brasil e de suas instituições. Sinceramente," Geraldo de F. Forbes - OAB 19.853 (Migalhas)
terça-feira, 22 de julho de 2008
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