A predisposição contra os mais capazes surge em parte pela falta de dinheiro (os governos temem que não terão verba para contratá-los) e em parte porque outros objetivos interferem. Quase todos os países ricos vêm tentando reduzir os tamanhos de suas turmas escolares, nos últimos anos. Mas, se não houver outras variações, turmas menores querem dizer mais professores a serem contratados com a mesma verba, o que reduz o salário médio e o status profissional da categoria.Isso pode explicar o paradoxo de que, depois da educação básica, parece haver pouca ou nenhuma correlação entre o tamanho das turmas e as realizações educacionais.A McKinsey argumenta que os sistemas de educação que apresentam melhor desempenho mesmo assim conseguem atrair os melhores profissionais. Na Finlândia, todos os novos professores precisam ter mestrado. A Coréia do Sul contrata professores de ensino básico entre os 5% de formandos com melhor desempenho, Cingapura e Hong Kong entre os 30% de melhor desempenho.E esses países o fazem de maneira surpreendente. Seria possível imaginar que as escolas oferecem o máximo de dinheiro possível para tentar atrair um grande quadro de interessados em formação educacional, o que permitiria selecionar os melhores dentre eles.Mas não é assim, segundo a McKinsey. Se o dinheiro fosse tão importante, então os países com os melhores salários para os professores -Alemanha, Espanha e Suíça- teriam presumivelmente sistemas de ensino posicionados entre os melhores. E isso não procede. Na prática, os países com melhor desempenho pagam salários não superiores à média.E eles tampouco tentam atrair um grande quadro de interessados para selecionar entre eles os mais bem sucedidos. Quase que o contrário. Cingapura avalia os candidatos rigorosamente antes de admiti-los aos cursos de formação de professores e aceita apenas o número de candidatos suficiente para cobrir as vagas nos quadros da educação.A Finlândia também limita a oferta de cursos de treinamento de professores à demanda. Em ambos os países, o ensino é uma profissão de status elevado (porque é altamente competitiva), e os fundos destinados a cada professor em treinamento são generosos (porque o número deles é baixo). A Coréia do Sul demonstra como os dois sistemas produzem resultados diferentes.Seus professores de ensino básico têm de obter um diploma de graduação em uma de apenas 12 universidades. A admissão requer notas altas; o número de vagas é racionado de acordo com o número de postos de ensino em aberto. Em contraste, os professores de escolas secundárias podem obter seus diplomas em qualquer uma das 350 faculdades do país, e os critérios de seleção são mais frouxos. Isso gera um enorme excedente de professores secundários recentemente qualificados -cerca de 11 por vaga, de acordo com as mais recentes estatísticas. Como resultado, o ensino secundário é uma profissão com menos status na Coréia do Sul, onde todo mundo prefere trabalhar no ensino básico. A lição parece ser a de que a admissão aos sistemas de treinamento de professores precisa ser difícil, e não fácil.
quarta-feira, 11 de junho de 2008
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