Ano Novo!
"Assim como Roosevelt em 1933, Barack Obama tem um amplo programa de reformas e de estímulo econômico".
FRANKLIN DELANO Roosevelt, já em cadeira de rodas por conta de uma poliomielite, tomou posse na Presidência dos Estados Unidos em 4 de março de 1933. Os norte-americanos enfrentavam a Grande Depressão e havia 15 milhões de trabalhadores no país. O novo presidente lançou, então, o "New Deal", uma série de medidas que transformaram a vida norte-americana. Criou a previdência social e o salário mínimo, estimulou a agricultura, estabeleceu controles sobre a atividade financeira e, principalmente, instituiu um amplo programa de investimentos em obras de infra-estrutura para gerar empregos e ativar o consumo. Roosevelt não conseguiu recuperar imediatamente a economia norte-americana, que estava destroçada pela crise de 1929, mas sua ação corajosa se mostrou eficiente nos anos seguintes e lhe deu prestígio para ser reeleito três vezes. Ao morrer no início de seu quarto mandato consecutivo, em 12 de abril de 1945, a economia estava em franca expansão e a América praticamente já comemorava a vitória na Segunda Guerra Mundial. Acredita-se que atual crise americana não é tão grave quanto a de 1933. Mas uma certa semelhança econômica e uma grata coincidência política lançam esperanças nesta virada de ano. Como Roosevelt, o novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que tomará posse em 20 de janeiro próximo, tem um amplo programa de reformas e de estímulo econômico.Obama vai lançar, segundo informações disponíveis, um extenso plano de recuperação da infra-estrutura norte-americana. Por mais incrível que possa parecer aos não-americanos, as estradas dos Estados Unidos estão obsoletas e a pavimentação de mais de 260 mil quilômetros é considerada inaceitável para o padrão do país. Metade das pontes e dos viadutos -mais de 150 mil- é tida como velha e perigosa. O mesmo se diz de ferrovias, de portos e de aeroportos. A rede de escolas públicas, embora tenha recebido investimentos de US$ 500 bilhões em anos recentes, exige reparos e novas instalações. Na área da saúde, são necessários pesados investimentos em modernização e em informatização, sem o que não será possível garantir acesso universal ao sistema, uma das mais recorrentes reivindicações da sociedade americana. Até a exclusão digital, que parece ser um problema de país subdesenvolvido, foi tema relevante da última campanha presidencial e vai demandar recursos bilionários para a implantação da banda larga em escala nacional. No setor de energia, a proposta é aumentar a eficiência e criar programas de fontes alternativas, inclusive o etanol, que diminuam a dependência norte-americana do petróleo importado. Com um programa dessa envergadura, o fator Obama é agradável esperança de Ano Novo não só para os norte-americanos. A nação mais rica e poderosa do mundo tem planos trilionários de investimentos do Estado que refletirão necessariamente na economia global. Além disso, já adota uma política monetária agressiva, que reduziu a taxa de juros quase a zero. Nessas circunstâncias, por mais pessimistas que sejam as perspectivas para 2009, o fator Obama abre espaço para que se acredite no restabelecimento da confiança, condição essencial para a normalização do mercado de crédito e para que a economia global inicie uma ampla fase de recuperação. Bom Ano Novo a todos!
"Assim como Roosevelt em 1933, Barack Obama tem um amplo programa de reformas e de estímulo econômico".
FRANKLIN DELANO Roosevelt, já em cadeira de rodas por conta de uma poliomielite, tomou posse na Presidência dos Estados Unidos em 4 de março de 1933. Os norte-americanos enfrentavam a Grande Depressão e havia 15 milhões de trabalhadores no país. O novo presidente lançou, então, o "New Deal", uma série de medidas que transformaram a vida norte-americana. Criou a previdência social e o salário mínimo, estimulou a agricultura, estabeleceu controles sobre a atividade financeira e, principalmente, instituiu um amplo programa de investimentos em obras de infra-estrutura para gerar empregos e ativar o consumo. Roosevelt não conseguiu recuperar imediatamente a economia norte-americana, que estava destroçada pela crise de 1929, mas sua ação corajosa se mostrou eficiente nos anos seguintes e lhe deu prestígio para ser reeleito três vezes. Ao morrer no início de seu quarto mandato consecutivo, em 12 de abril de 1945, a economia estava em franca expansão e a América praticamente já comemorava a vitória na Segunda Guerra Mundial. Acredita-se que atual crise americana não é tão grave quanto a de 1933. Mas uma certa semelhança econômica e uma grata coincidência política lançam esperanças nesta virada de ano. Como Roosevelt, o novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que tomará posse em 20 de janeiro próximo, tem um amplo programa de reformas e de estímulo econômico.Obama vai lançar, segundo informações disponíveis, um extenso plano de recuperação da infra-estrutura norte-americana. Por mais incrível que possa parecer aos não-americanos, as estradas dos Estados Unidos estão obsoletas e a pavimentação de mais de 260 mil quilômetros é considerada inaceitável para o padrão do país. Metade das pontes e dos viadutos -mais de 150 mil- é tida como velha e perigosa. O mesmo se diz de ferrovias, de portos e de aeroportos. A rede de escolas públicas, embora tenha recebido investimentos de US$ 500 bilhões em anos recentes, exige reparos e novas instalações. Na área da saúde, são necessários pesados investimentos em modernização e em informatização, sem o que não será possível garantir acesso universal ao sistema, uma das mais recorrentes reivindicações da sociedade americana. Até a exclusão digital, que parece ser um problema de país subdesenvolvido, foi tema relevante da última campanha presidencial e vai demandar recursos bilionários para a implantação da banda larga em escala nacional. No setor de energia, a proposta é aumentar a eficiência e criar programas de fontes alternativas, inclusive o etanol, que diminuam a dependência norte-americana do petróleo importado. Com um programa dessa envergadura, o fator Obama é agradável esperança de Ano Novo não só para os norte-americanos. A nação mais rica e poderosa do mundo tem planos trilionários de investimentos do Estado que refletirão necessariamente na economia global. Além disso, já adota uma política monetária agressiva, que reduziu a taxa de juros quase a zero. Nessas circunstâncias, por mais pessimistas que sejam as perspectivas para 2009, o fator Obama abre espaço para que se acredite no restabelecimento da confiança, condição essencial para a normalização do mercado de crédito e para que a economia global inicie uma ampla fase de recuperação. Bom Ano Novo a todos!
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